Pesquisa Ipsos também revela que 44% das pessoas são ou se consideram feministas e 83% das pessoas acreditam que os homens devem apoiar a igualdade de gênero no país. Para Carine Roos, CEO e fundadora da Newa, o primeiro passo para a mudança é o reconhecimento deles do papel na economia do cuidado.
O Brasil é líder global na pesquisa,“Espera-se que os homens façam muito para apoiar a igualdade”, publicada pela Ipsos, no relatório “Dia Internacional das Mulheres 2024”. O estudo mostra que 83% das pessoas acreditam que os homens devem apoiar a igualdade de gênero no país. Em outros países, a Índia aparece com 76% e Espanha com 75% e a média global é de 52%. Os países que mais discordam sobre a afirmação são Canadá e Suécia com 35% e Holanda com 34%.
Além disso, o levantamento destacou que 76% dos brasileiros discordam que “Um homem que fica em casa para cuidar das crianças é menos homem” e 22% concordam com a afirmação. A Coreia do Sul é o país que mais concorda com essa frase, aparecendo com 74%, em seguida a Índia em 62% e China, 32%. Globalmente, o índice é o mesmo do Brasil, 22%.
Para Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science e CEO e fundadora da Newa, consultoria que prepara organizações para um futuro mais inclusivo, o primeiro passo para a mudança é o reconhecimento deles do papel na economia do cuidado.
“É necessário ter esse olhar de participação efetiva no trato com a casa e cuidado com os filhos.Olhar para as emoções é muito importante, já que a gente vem de uma cultura patriarcal em que os homens reprimem as emoções para se tornarem mais homens. Para ser aliado das mulheres, os homens precisam olhar para as emoções e lidar com elas. Um exemplo é o ambiente corporativo, líderes precisam estar atentos com as microagressões nos ambientes de trabalho, não só em questões de assédio, mas a interrupção de fala e o discrédito de mulheres. Precisam ter a tomada de decisão de modos mais flexíveis de trabalho, e na contratação dessas mulheres”, diz Roos.
O índice que abrange as temáticas líderes empresariais, tratamento justo e ações igualitárias, também estudou o feminismo como um movimento político, social, e ideológico que sempre gera grandes debates na internet. O relatório indicou que na média global, 45% das pessoas consideram ou apoiam o feminismo. No Brasil, o número é menor, apresentando cerca de 39%.
Se tratando de gênero, as mulheres brasileiras somam 44% feministas, o que indica uma tendência de maior identificação das mulheres com o movimento. Na índia 77% das mulheres acreditam ser feministas, outros países com essa identificação são a Espanha, com 61% e África do Sul apresentando 59%. No Japão 15% das mulheres não se consideram feministas. Na Coréia do Sul são 24% e na Hungria 33%.
Sobre Carine Roos
Mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE. Também é pós-graduada na Faculdade Israelista Albert Einstein em Cultivando Equilíbrio Emocional nas organizações e atua como especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão há 10 anos. Lidera a Newa, empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade.
Reportagem publicada em 08 de março de 2024 no site Instituto Global