Frente à verdadeira epidemia de pessoas adoecidas nas organizações, Newa lançou um guia que traz dicas para um ambiente de trabalho mais saudável, partindo do cuidado com gestores. A partir de uma atuação mais humanizada das lideranças, é possível que o time também se sinta confortável em expor os problemas, buscar apoio dentro e fora da organização e manter uma relação equilibrada aprimorando a sua performance e entregando os melhores resultados.
O Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população sofrem deste mal, e anualmente, 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos devido a efeitos relacionados a transtornos mentais. Os dados alarmantes foram coletados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e significam que os brasileiros – assim como o resto do mundo – passam por uma nova epidemia, desta vez relacionada à saúde mental. De acordo com estudos e especialistas, em muitos casos, esses problemas têm relação direta ou indiretamente com o ambiente de trabalho. Neste sentido, a liderança é a peça chave capaz de conduzir o processo de construção de um local seguro, saudável e livre para produzir mais e melhor.
Em comemoração aos 10 anos da campanha Janeiro Branco, e para auxiliar as empresas neste desafio, a Newa, consultoria de impacto social, lançou o e-book Saúde Emocional da Liderança: O Caminho para a Humanização das Organizações. O guia defende a atuação humanizada da liderança, que acontece a partir do autoconhecimento, além da valorização da desconstrução dos valores do patriarcado – já que a maioria dos líderes são homens brancos e cis. “Eles querem passar a impressão de que são ‘heróis’ e acabam aguentando todas as pressões corporativas. Mas é impossível exercermos uma liderança humana se estamos anestesiados das nossas emoções e do nosso corpo. Isso significa que as pausas, a qualidade do nosso sono, alimentação balanceada, prática de atividades físicas, o cultivo de uma mente saudável livre das aflições mentais é a chave para sermos líderes mais amorosos e compassivos”, explica Carine Roos (foto em destaque), especialista em diversidade e inclusão e mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE e CEO da Newa.
De acordo com o relatório do Workforce Institute, 35% das pessoas que estão na linha de frente organizacional relataram se sentirem estressadas, e 42% acham que é por causa da sobrecarga e cobrança que exercem sobre si mesmos. Além disso, outra pesquisa realizada pela Deloitte no ano passado, por sua vez, descobriu que um em cada três executivos de alto escalão luta constantemente contra a fadiga e desafios relacionados ao bem-estar. Cerca de 70% consideraram abandonar o emprego com intuito de tentar restabelecer o equilíbrio emocional. “As lideranças precisam estar preparadas para colocar primeiro a máscara de oxigênio nelas, afinal mesmo que a função exija pessoas mais preparadas, multifacetadas e que aguentem pressões sem grandes questões, o paradigma do “líder herói” deve ser combatido. Como acontece com qualquer outro indivíduo, o corpo e a mente sofrem com toda essa carga”, explica Carine Roos,
A partir de uma atuação mais humanizada das lideranças, é provável que o time também se sinta confortável em expor os problemas, buscar apoio dentro e fora da organização e manter uma relação equilibrada aprimorando a sua performance e entregando os melhores resultados. “Por outro lado, se estiver sempre correndo, fazendo as coisas às pressas e com os nervos à flor da pele, é provável que toda equipe replique os mesmos padrões negativos de comportamentos”, destaca Carine.
Por este motivo, o e-book traz comportamentos-chave com técnicas simples para se conectar consigo próprio, fortalecer a presença e a autoconfiança, oferecendo sempre o melhor para o time por meio da escuta, da atenção, da colaboração e da inclusão. Além disso, também é mostrado dados de estudos que evidenciam a relação direta entre Segurança Psicológica e maiores índices de engajamento e bem-estar, maior criatividade e retenção de talentos. Ajudando, assim, as lideranças, a partir de conceitos e práticas, no controle do estresse e ansiedade, para que aprendam a tomar consciência de suas emoções, identifique e drible padrões que levam ao sofrimento.
Outra sugestão do conteúdo é que as instituições foquem o olhar interseccional para as políticas de saúde emocional nas organizações. Para as mulheres, em especial as mulheres negras, se deve, por exemplo, levar em conta os efeitos do machismo e racismo institucionais e estruturais. “Ninguém nasce sabendo, e ninguém aprende sem um bom professor. Mas é preciso começar pelo interesse em entender a história e as experiências de vida desses grupos sub representados, e atuar em pontos de melhorias exclusivos para essas pessoas”, comenta Carine.
É importante ressaltar que também devem ser considerados os feedbacks e monitoramentos dos líderes. Afinal, aqueles que oferecem uma escuta ativa também precisam dela. “Por este motivo, o e-book também traz dicas de como implementar sistemas de monitoramento focados em identificar sinais precoces de estresse ou esgotamento. Além de soluções que promovam resultados positivos, como, por exemplo, o feedback humanizado”, finaliza Roos.
Para ter acesso ao e-book digital completo de forma totalmente gratuita, clique no link e faça o download do material.
Publicado no site Empreendedor em 24 de janeiro de 2024