Feedback de final do ano: 4 dicas para líderes serem mais empáticos e assertivos com o time

Especialista aponta meios para que os gestores possam fazer suas considerações de forma compassiva; falar com honestidade e gentileza são ações fundamentais

Apesar do feedback ser algo que precisa ser naturalizado e realizado a todo o momento, muitas empresas ainda utilizam o final de ano como o momento ideal para realizar avaliações de time sobre as metas e entregas do período. E para que isso aconteça, é muito importante que lideranças ofereçam um feedback que possa ser empático e assertivo de maneira estratégica e humanizada. Uma pesquisa realizada em 2022 pela plataforma Feedz revela que 94% das pessoas compreendem melhor o trabalho quando os gestores são mais acolhedores e agem de forma mais compassiva. Nesse sentido, essa troca é fundamental.

De acordo com Carine Roos, especialista em diversidade, equidade e inclusão e mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE e CEO da Newa, empresa de consultoria especializada em DE&I e saúde emocional para organizações, o ponto mais importante deste momento é separar a pessoa dos fatos que ela está inserida.

“Para começar, uma dica importante é observar o quadro completo, toda a atuação da pessoa, e não apenas ações isoladas. Em outras palavras, a liderança deve apresentar o cenário considerando fatos e elementos concretos de combinados que não foram cumpridos.

“É desta maneira que quem recebe a devolutiva irá compreender o apontamento de forma mais concreta, sem que esteja ligado diretamente ao aspecto pessoal”, explica a CEO.
Ainda de acordo com a especialista, existem no mercado diversos métodos para realizar um feedback. No entanto, a honestidade e os valores devem ser inegociáveis no momento das considerações finais. Para os profissionais que querem oferecer uma análise mais compassiva e humanizada, a mestre em Gênero dá 4 dicas. Veja a seguir:

1º passo – Contexto:

O ponto de partida é destacar fatos que podem ser utilizados para que a pessoa compreenda o que precisa ser aprimorado. Por exemplo, mencionar algumas entregas que não foram feitas na data marcada e colocar esse elemento como o foco da conversa é uma boa abordagem. Dessa forma, quem está recebendo o feedback irá compreender como a situação afetou, na prática, o trabalho..

2º passo – Comportamento:

Neste passo é necessário trazer comportamentos inadequados da pessoa que comprometeram a entrega.

“É importante listar atitudes previamente combinadas que não foram cumpridas. Exemplos concretos devem ser citados durante o feedback. No entanto, é crucial que a liderança compreenda, juntamente com a pessoa, o que motivou aquele comportamento: vários fatores podem estar impactando a produtividade como filhos doentes, problemas na família e a própria saúde mental da pessoa colaboradora. Portanto, é importante pontuar e ouvir o que a pessoa tem a dizer, buscando novos combinados para as entregas”, destaca a CEO.

3º passo – Consequência:

Depois de oferecer todo o contexto sobre o comportamento, é importante mencionar como a conduta afetou a empresa e pares, trazendo um senso de coletivo. A dinâmica de causa e consequência é essencial para explicar o impacto no ambiente e cenário por conta da atitude inapropriada.

4º passo – Compromisso:

A partir dos três pontos citados acima, é fundamental que a liderança siga escutando ativamente o que a pessoa tem a dizer sobre essas ações, criando um espaço confortável e seguro para ela se expressar.

“O que pode acontecer é a pessoa ter motivos plausíveis em uma determinada situação. Mas, caso quem esteja apontando essas falhas não esteja ciente dessas razões, não será possível chegar a um novo entendimento. O feedback pode parecer apenas um momento de falar sobre resultados; no entanto, é uma troca importante entre ambas as partes e que deve ocorrer o ano todo”, aponta Carine.
Roos ainda explica a necessidade de apontar pontos positivos e não só melhorias que precisam ser feitas.

“O feedback é um momento para trazer uma avaliação completa e individual, com atitudes que impactam positivamente e outras que precisam mudar. Todo o processo exige muita preparação, empatia, acolhimento e respeito dos dois lados”, finaliza Carine Roos.

Carine Roos é mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE. Também é pós-graduada na Faculdade Israelista Albert Einstein em Cultivando Equilíbrio Emocional nas organizações e atua como especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão há 10 anos. Lidera a Newa, empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade.

Publicado em 23 de dezembro de 2023 pelo portal do Gramado Summit