Estratégias para incorporar a DE&I no ambiente corporativo

A interseccionalidade é uma ferramenta analítica fundamental para abordar as relações sociais e os desafios na adoção de políticas públicas eficazes. Com esses dados em mãos, as empresas podem direcionar melhor seus investimentos e criar programas eficazes de DE&I

À medida que 2024 se aproxima, a integração de políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) nas empresas torna-se um imperativo social e econômico. Carine Roos, CEO da Newa e especialista em DE&I, destaca a importância da interseccionalidade como ferramenta analítica para abordar as relações sociais e os desafios na adoção de políticas públicas eficazes. Ela fornece três dicas cruciais para empresas:

Implementar Métricas: Para desenhar políticas afirmativas eficazes, as organizações devem entender profundamente a realidade de seus colaboradores, levando em conta a equidade racial e a interdependência com gênero e classe.

Reflexo da Alta Liderança: Diversidade na alta liderança, especialmente a representação de pelo menos 30%, é essencial para acelerar políticas afirmativas e comprometer-se com a diversidade e inclusão.

Educação Contínua e Alocação de Verbas: Avançar no entendimento crítico das barreiras estruturais e institucionais, como machismo e racismo, é fundamental, além de destinar recursos para políticas e programas que permitam ajustes e avaliações contínuas.
Roos enfatiza que a equidade de gênero é uma transformação das relações de poder e a busca contínua por uma redistribuição de recursos, especialmente para mulheres negras nas organizações. Ela ressalta que a educação contínua e a alocação adequada de verbas para políticas e programas são essenciais para superar as barreiras impostas pelo machismo e racismo, afetando diretamente os grupos minorizados em suas contratações e promoções. Essa abordagem não só enfrenta a discriminação direta, mas também combate preconceitos inconscientes.

Roos argumenta que apenas com um compromisso genuíno com a educação contínua e o monitoramento eficaz das políticas é que as empresas podem fazer ajustes necessários, promovendo um ambiente de trabalho verdadeiramente inclusivo e equitativo.

Sobre Carine Roos: mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE. Também é pós-graduada na Faculdade Israelista Albert Einstein em Cultivando Equilíbrio Emocional nas organizações e atua como especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão há 10 anos. Lidera a Newa, empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade.

Matéria publicada no site Mundo RH em 29.11.2023