Carine Roos, mestra em Gênero e diretora da Newa, explica como líderes emocionalmente inteligentes impactam no desempenho de seus colaboradores e nos resultados de negócio.
A Inteligência Emocional (IE) é a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções, bem como as dos outros. Em um mundo corporativo em constante transformação, onde a necessidade de rápida adaptação é crucial, ela tornou-se uma competência essencial para gestores que desejam se destacar e conduzir equipes ao sucesso. Afinal, líderes emocionalmente inteligentes são capazes de criar um ambiente de trabalho positivo, impactando diretamente no desempenho e satisfação de seus colaboradores, e como consequência, melhorando os resultados de negócio.
Para ter uma noção do efeito que esse meio tem para os colaboradores: segundo o estudo “Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho”, realizado anualmente pela The School of Life em parceria com a Robert Half, que contou com 774 profissionais, sendo 387 líderes e 387 liderados, para 43% dos entrevistados o principal motivador para pedidos de demissão foi ‘ambiente tóxico’, enquanto ‘apoio e acolhimento’ foram trazidos por 65% como os fatores mais importantes para continuar em uma organização.
Para Carine Roos, especialista na criação de ambientes corporativos humanizados e diretora da Newa, consultoria de impacto social, a Inteligência Emocional é uma habilidade poderosa para a gestão eficaz. “Não trata-se apenas de um diferencial, mas uma necessidade para qualquer líder que queira, realmente, fazer a diferença. Profissionais com habilidades emocionais bem desenvolvidas conseguem estabelecer conexões profundas e significativas, o que inspira e atrai a admiração dos demais. E essa conexão fortalece as relações, promovendo um propósito compartilhado entre todos do grupo.” afirma a especialista.
Já de acordo com a pesquisa “Panorama das Carreiras 2030: o que esperar das profissões até o final da década?”, elaborada pela TOTVS em parceria com a H2R Insights & Trends, a Inteligência Emocional (47%) é a principal soft skill mencionada pelos RHs para os próximos cinco anos, seguida do Pensamento Analítico e Crítico (28%). O estudo foi realizado com profissionais das áreas de tecnologia, finanças, recursos humanos, marketing e vendas, para identificar as competências técnicas observadas pelos especialistas que acompanham as tendências do mercado.
No entanto, nenhum líder adquire essa habilidade sem desenvolver outras competências que são os pilares principais desse conceito. Com o autoconhecimento, por exemplo, eles reconhecem suas forças e fraquezas, buscando continuamente o desenvolvimento pessoal e profissional. A autorregulação, para controlar impulsos e emoções negativas, permite que mantenham a calma e orientem suas equipes com clareza e firmeza, evitando pânico e promovendo soluções construtivas. Segundo Carine, “com as mudanças climáticas, guerras e avanço da inteligência artificial, não sabemos como serão os próximos anos, e será muito importante esse exercício de autoconhecimento e empatia, para que as lideranças tenham sensibilidade não só sobre as suas emoções, mas entendam as necessidades de seu time”.
A empatia, significa a capacidade de se conectar profundamente com o outro, e cria uma cultura de inclusão e respeito, em que os funcionários se sentem vistos, valorizados e apoiados. Por fim, as habilidades sociais, como comunicação eficaz e a capacidade de gerenciar relacionamentos, promovem um meio de trabalho harmonioso e colaborativo, possibilitando a resolução eficaz de conflitos e a construção de alianças estratégicas.
“Líderes com inteligência emocional humanizam as relações, reconhecendo seu papel essencial na solução de problemas e no crescimento das empresas. No entanto, são por meio de suas equipes que eles se destacam. Esses colaboradores têm liberdade para propor ideias, sugerir melhorias, admitir erros e pedir ajuda, sabendo que serão apoiados, não julgados, em um local seguro em que há valorização da diversidade. Isso não significa que o gestor não deve alcançar resultados ou metas, nem que não possa dar feedbacks negativos ou decidir por uma demissão, mas sim que deve fazer tudo isso respeitando o potencial e a individualidade de cada pessoa.” finaliza a especialista.
Sobre Carine Roos
Mestra em Gênero pela London School of Economics and Political Science – LSE. Também é pós-graduada na Faculdade Israelista Albert Einstein em Cultivando Equilíbrio Emocional nas organizações e atua como especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão há 10 anos. Lidera a Newa, empresa de impacto social que prepara organizações para um futuro mais inclusivo por meio de sensibilizações, workshops, treinamentos e consultoria de diversidade.
Artigo publicado no Mundo RH em 22 de julho de 2024