De acordo com o dicionário Aurélio: diversidade é um substantivo feminino que significa a qualidade daquilo que é diverso, diferença, dessemelhança, variação, variedade, multiplicidade. Mas, também pode significar ausência de acordo ou divergência.
A diversidade faz parte da natureza humana. Já parou para pensar que a população mundial soma quase 7,8 bilhões de pessoas e nenhuma é igual a outra? Então qual é a grande dificuldade em aceitar as diferenças? Afinal, nosso planeta é habitado por pessoas de diferentes histórias, crenças, raças e etnias, orientações sexuais, gêneros, entre outros.
“A humanidade passou por uma etapa de afastamento do mundo da diversidade biológica. Isso aconteceu porque nos sentimos muito importantes ou porque tivemos que inventar uma nova maneira de conviver devido à tecnologia. Mas somos tão naturais quanto qualquer outra espécie ou componente do ecossistema”, comenta a bióloga colombiana Brigitte Baptiste em entrevista para a revista Ciência Hoje. “É preciso reconhecer que a diversidade é fonte fundamental da inovação, da adaptação e do bem-estar. E essas três coisas existem e funcionam no mundo complexo da ecologia. Voltar a entender e dar visibilidade à diversidade em todas as suas dimensões é crucial na construção das capacidades humanas.”
Apesar de sermos um país diverso: 56% são negras, 51% mulheres, 24% deficientes e 8% LGBTQIA+, essas pessoas ainda não estão representadas dentro das organizações… De acordo com a última pesquisa do Instituto Ethos de 2016 – Perfil social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas – temos 95% de brancos nos conselhos de administração, dos quais 89% são homens heterossexuais. Estamos falando de apenas 0,4% de mulheres negras nos conselhos de administração. Temos uma riqueza infinita de diversidade, mas ela não está incluída dentro das empresas. O que pode representar, inclusive, um atraso no desenvolvimento das nossas empresas.
Segundo estudo da McKinsey & Company, firma global de consultoria estratégica, as empresas com mais diversidade de gênero têm 27% mais chances de superar as outras em relação à criação de valor a longo prazo.
Afinal qual a diferença entre diversidade e inclusão?
Tem uma comparação bem simples que sempre usamos para explicar bem a diferença entre os dois temas.
Diversidade é levar pra festa. Inclusão, então, é chamar pra dançar.
Inclusão é um passo além. Não basta ter diversidade. Tem que dar a todos as mesmas oportunidades para educação, desenvolvimento, acesso ao trabalho, salários iguais e promoção. Muitas empresas já estão adotando o processo seletivo às cegas onde não se vê a pessoa e assim sua aparência, gênero, etnia, idade ou até deficiência não influenciam subjetivamente o julgamento do gestor. É levado em conta apenas as suas competências. Ainda temos um cenário onde predomina o homem branco nos cargos de liderança. Aos poucos este cenário vai mudando a partir de questionamentos e novos posicionamentos.
Existe um número significativo de mulheres e negros no board da sua organizacao? Um alto executivo gay se sentiria confortável em assumir a sua orientação sexual? Refletir sobre estas perguntas ajuda a entender o grau de maturidade e engajamento da sua empresa em relação ao tema.
Diversidade é importante, mas é a inclusão que faz a diferença porque sustenta a diversidade. É essa pessoa se sentir respeitada, valorizada, sentir que as suas ideias são endossadas, que você se sente pertencente a esse lugar. A certeza de que podemos ser inteiros e na nossa essência no trabalho.
Com certeza uma empresa que valoriza a diversidade e a inclusão na prática tem colaboradores mais engajados, produtivos e criativos. Há redução do índice de turn over, aumento de performance e consequentemente melhores resultados financeiros. Mas na prática, o que é ser verdadeiramente inclusivo?
Listamos aqui um check list para saber se você está sendo realmente inclusivo em sua ações no dia-a-dia e no seu trabalho:
- Valorizar as diferenças
- Estar realmente presente para o que a pessoa fala e dar a oportunidade de todos falarem
- Endossar as ideias do seu time e dar o devido crédito a elas
- Estar presente para identificar os preconceitos de gênero, raça, deficiência, idade, orientação sexual.
- Ser aberto para um feedback sincero
- Ser vulnerável. Estou aprendendo e está tudo bem. Me ensina como pronuncia o seu nome?
- Se importar com o outro. Considerar a sua opinião.
- Promover ações intencionais: contratação, promoção, seleção, capacitação
- Ceder o seu espaço em um evento
- Ser uma pessoa aliada no ambiente de trabalho
Com isso, vamos com certeza avançar muitas casas em relação a termos uma sociedade mais justa, diversa e igualitária.
